quinta-feira, 27 de maio de 2010

Rasuras -- No momento sou apenas rasura, com o tempo passo a limpo.

Rasura
Me desculpe o mesmo gesto


Meu constante gesto insano

Que por mais que a mente negue

Teu coração ele marcou

Como a lógica dos fatos

Que eu traí a todo instante

Rasurando nosso branco

Com a mistura que eu sou

Me desculpe o gesto louco

A aspereza da loucura

'Inda queima no meu calmo

Doido e calmo coração

Mas por que, se a gente é tanto

Nosso amor sofreu rasura?

Nosso inconfundível gesto

eu desfiz na minha mão

Me desculpe, ou melhor, não

Me abrace e comemore

Que a rasura que foi feita

Foi perfeita na sua hora

E mais que o mais perfeito

Rasurar valeu a pena

Como esteve rasurado

O primeiro original

Do mais lindo poema


Oswaldo Montenegro