quarta-feira, 28 de julho de 2010

VIDA DOCE

Vida Doce

Toda beira é final de dois
eu deixo tudo sempre pra fazer mais tarde
e assim eu caminho no tempo que bem entender
afinal faz parte de mim ser assim.

Mais um pouco e vai dar sinal
brinco de esconder
caminho de fé
não dou mais só no que a vida me traz.
Vida que é doce levar o caminho é de fé
diga que eu não vou
onde você for vida me levar
e todo sentimento me carrega
Quem no balanço do mar caminha num baque só
quem no balanço do mar caminha num baque só
vida que é doce levar avisa de lá que eu já sei
todo balanço que dá neste navegar naveguei.

Composição: Marcelo Camelo.

Que a vida seja doce para VCS.
LEEK


sábado, 17 de julho de 2010

E o frio me faz fechar em concha..

FOTOS DE SÃO BORJA- INVERNO RIGOROSO... 15 DE JULHO DE 2010.

Cismas de Velho

Quando a garoa do inverno

me atropela pro galpão,

chego a chaleira ao tição,

corto um crioulo a preceito,

e abrindo as varas do peito

me ponho, triste, a cismar.


E logo vejo apontar

- furando a garoa mansa -

a tropilha da lembrança

que eu nunca pude amansar.

É balda de quem é velho

viver jungido ao passado:

- como um boi magro e cansado

sofrendo ao peso da canga,

mas que paciente e sem zanga

vai mascando a malagueta

que é o carreteiro sotreta

que não lhe afrouxa o serviço.

E o boi velho, nem por isso

deixa de amar a carreta.



Por mais que tenha sofrido

sempre um velho ama o passado.

Como um matungo estropiado

que já não dá mais rodeio,

que gastou no aço do freio

seu derradeiro colmilho;

que nunca conheceu milho,

nunca passou do capim.

E o matungo, mesmo assim,

tem saudade do lombilho.



Mesmo com marcas no couro

de algum puaço mais forte,

mesmo sabendo que a sorte

lhe foi ventena e mesquinha,

um velho quando se aninha

no achego dos pensamentos,

disfarça esses maus momentos

nalguma fresta do peito,

como um remendo bem feito

que se tapeia nos tentos.



Esta verdade é sabida

dos chirus mais veteranos:

- que no rebolo dos anos

mesmo as horas mais funestas

vão embotando as arestas,

tomando um novo feitio.

E acaba sempre sem fio

o punhal dos desenganos

porque o rebolo dos anos

gira sempre de arrepio...

APARÍCIO SILVA RILLO. ESCRITOR NATURAL DE SÃO BORJA- RS

quarta-feira, 14 de julho de 2010

então.

Então eu me isolo.

Não por achar que vai fazer alguma diferença, ou que vou "melhorar".
E sim porque é a única coisa que eu consigo fazer agora...
Leek Steffens

terça-feira, 6 de julho de 2010

escurinho

Escurinho

Só eu, na solidão,

burburinhos suaves,

saudades ....

Como casulo,

rompendo, aos poucos,

suspiro! Lágrimas...

recuo,

Não é hora de clarear,

escurinho... Meu lugar

Leek steffens